A lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) é uma das mais comuns — e também mais temidas — entre atletas e praticantes de esportes recreativos.
Ela pode acontecer de forma súbita, muitas vezes sem contato direto, e costuma estar associada a movimentos bruscos de rotação, desaceleração ou aterrissagem inadequada.
Além do impacto imediato na mobilidade, a recuperação é longa e exige cirurgia em muitos casos, comprometendo não apenas a prática esportiva, mas também atividades cotidianas.
Identificar sinais de alerta antes que a lesão aconteça é essencial. Com atenção e prevenção, é possível reduzir significativamente o risco de ruptura.
A seguir, apresento cinco sinais importantes que você deve observar para proteger o seu joelho e evitar a temida lesão do LCA.
Instabilidade recorrente no joelho
Um dos primeiros sinais de alerta é a sensação de instabilidade. Se, ao correr, mudar de direção ou subir escadas, você percebe que o joelho “falha” ou “sai do lugar”, é hora de investigar.
Essa instabilidade pode estar relacionada a desequilíbrios musculares, frouxidão ligamentar ou microlesões acumuladas. Muitas pessoas ignoram esse sintoma, acreditando que é apenas “fraqueza” momentânea.
No entanto, quando não tratada, essa condição aumenta o risco de ruptura completa do LCA. O ligamento atua como estabilizador primário, e qualquer falha nesse sistema torna o joelho vulnerável a torções.
Dor persistente após movimentos de impacto
A dor é um dos sinais clássicos do corpo. Embora pequenos desconfortos possam ocorrer em treinos intensos, a dor que se repete após saltos, corridas rápidas ou mudanças bruscas de direção merece atenção.
No caso do LCA, a dor geralmente aparece na região central ou lateral do joelho e pode vir acompanhada de inchaço. Ignorar esse sintoma e continuar sobrecarregando a articulação pode acelerar o desgaste e predispor a lesões mais graves.
Se a dor não melhora com repouso e gelo em até 48 horas, procure avaliação médica. Exames clínicos e de imagem permitem detectar alterações precoces e evitar a ruptura completa.
Falta de preparo muscular e desequilíbrio entre grupos
Outro fator de risco é a falta de fortalecimento adequado da musculatura que envolve o joelho. Quadríceps, isquiotibiais e músculos do quadril trabalham juntos para proteger o LCA.
Quando há desequilíbrio — por exemplo, quadríceps fortes e isquiotibiais fracos — o joelho fica mais exposto a torções. Estudos mostram que atletas com desequilíbrio muscular têm risco maior de romper o LCA.
Além disso, a fadiga muscular reduz a capacidade de estabilização. Programas de prevenção que incluem fortalecimento funcional, pliometria e treino de core demonstraram reduzir significativamente o risco de lesão.
Técnica incorreta em saltos e mudanças de direção
A forma de se movimentar é tão importante quanto a força muscular. Um dos erros mais comuns que levam à lesão do LCA é a aterrissagem inadequada após saltos.
Cair com os joelhos para dentro (valgo dinâmico) ou em extensão excessiva aumenta a sobrecarga sobre o ligamento. Mudanças bruscas de direção sem alinhamento corporal também elevam o risco.
Esse padrão é frequente em esportes como futebol, basquete, vôlei e handebol, que exigem acelerações e desacelerações rápidas.
Treinos de coordenação, agilidade e propriocepção ajudam a corrigir esses movimentos, além de técnicas de aterrissagem controlada.
Histórico prévio de lesão ou sobrecarga frequente
Pessoas com lesões prévias no joelho — mesmo em menisco, cartilagem ou outros ligamentos — precisam redobrar a atenção. Alterações biomecânicas podem sobrecarregar o LCA.
Esportistas que treinam em excesso, sem tempo adequado de recuperação, também estão mais propensos à ruptura.
Outro ponto é o fator anatômico: indivíduos com joelhos em valgo (“joelho em X”) e mulheres atletas, devido a diferenças hormonais e estruturais, apresentam risco mais alto de lesão.
Esse grupo deve investir ainda mais em programas preventivos e acompanhamento médico regular.
Como reduzir o risco de lesão do LCA
Saber identificar os sinais de alerta é o primeiro passo. A prevenção prática envolve:
– Fortalecimento muscular balanceado (quadríceps, isquiotibiais, glúteos e core);
– Treinamento técnico (padrões de salto, aterrissagem e mudança de direção);
– Propriocepção e equilíbrio (exercícios em superfícies instáveis e estímulos variados);
– Recuperação adequada (respeitar intervalos entre treinos);
– Avaliação médica regular, sobretudo em atletas e pessoas com histórico de lesões.
Conclusão
O ligamento cruzado anterior é uma das estruturas mais importantes para a estabilidade do joelho. Sua lesão pode limitar atividades esportivas e também funções simples do dia a dia.
Reconhecer os sinais de alerta — instabilidade, dor persistente, desequilíbrio muscular, falhas de técnica e histórico de lesão — é fundamental para agir antes que o problema se torne grave.
Com atenção, prevenção e acompanhamento especializado, é possível manter o joelho saudável e evitar a ruptura do LCA.
Se quiser saber mais sobre o tema, agende uma consulta. Eu, Dr. Leandro Calil, terei enorme prazer em te atender.