As lesões meniscais são uma das causas mais comuns de dor no joelho, especialmente entre praticantes de esportes, pessoas ativas ou mesmo em indivíduos que sofrem desgaste natural da cartilagem com o passar dos anos.
No entanto, quando alguém recebe o diagnóstico de “lesão do menisco”, a primeira dúvida costuma ser: preciso operar? A resposta é: nem sempre. Cada lesão tem suas particularidades, e os critérios para indicar a cirurgia são bem definidos pela medicina.
Neste artigo, você vai entender em quais situações o tratamento conservador funciona, quando a artroscopia é a melhor opção e porque a reabilitação faz toda a diferença no resultado final. Boa leitura!
O que é o menisco e por que ele é importante?
O menisco é uma estrutura em forma de “C”, localizada dentro do joelho, responsável por amortecer o impacto, distribuir a carga e dar estabilidade à articulação. Cada joelho tem dois meniscos: o medial (parte interna) e o lateral (parte externa).
Quando ocorre uma lesão, seja por trauma esportivo, movimento brusco ou desgaste progressivo, o paciente pode sentir dor, estalos, inchaço e até dificuldade para movimentar o joelho.
Nem toda lesão de menisco é igual
Um ponto fundamental é entender que existem diferentes tipos de lesões meniscais.
Algumas são pequenas, bem localizadas e podem cicatrizar com repouso, fisioterapia e fortalecimento muscular. Outras, no entanto, são instáveis, se deslocam dentro da articulação e dificilmente melhoram sem intervenção cirúrgica.
Por isso, a decisão não é padronizada. O médico avalia exames de imagem, a idade do paciente, o nível de atividade física e, principalmente, os sintomas relatados.
Tratamento conservador: quando esperar pode ser a melhor opção
Em muitos casos, o tratamento inicial não envolve cirurgia. O chamado tratamento conservador inclui:
- Uso de medicamentos para controle da dor e inflamação;
- Sessões de fisioterapia para fortalecimento muscular;
- Adaptação de atividades físicas (reduzir impacto, priorizar exercícios de baixo risco);
- Aplicação de gelo e cuidados diários para aliviar sintomas.
Esse protocolo costuma ser a primeira escolha em lesões pequenas, em pacientes de menor demanda física ou quando o menisco tem potencial de cicatrização.
No entanto, quando esse tratamento falha e os sintomas persistem, é hora de reavaliar.
Quando a cirurgia passa a ser indicada
A cirurgia de menisco, geralmente realizada por artroscopia, é recomendada em alguns cenários bem definidos. Os principais critérios incluem:
1. Falha do tratamento conservador
Quando, mesmo após fisioterapia e cuidados clínicos, a dor continua atrapalhando o dia a dia, a cirurgia passa a ser a opção mais eficaz.
2. Lesões instáveis
Algumas lesões do menisco se deslocam dentro do joelho, provocando dor aguda e limitação de movimentos. Nesses casos, a cicatrização espontânea é improvável.
3. Bloqueio articular
Um dos sinais mais claros de indicação cirúrgica é quando o joelho “trava” ou fica bloqueado, impedindo a flexão ou extensão completa. Isso ocorre porque fragmentos do menisco impedem o movimento natural da articulação.
4. Dor persistente e limitação funcional
Se o paciente convive com dor contínua que compromete atividades básicas (andar, subir escadas, trabalhar), a artroscopia pode trazer alívio e restaurar a qualidade de vida.
Benefícios da artroscopia do menisco
A artroscopia é uma técnica minimamente invasiva, realizada com pequenas incisões e o auxílio de uma câmera. Entre seus benefícios estão:
- Recuperação mais rápida em comparação às cirurgias abertas;
- Menor risco de complicações;
- Preservação máxima do tecido saudável do menisco;
- Retorno mais seguro às atividades físicas e ao trabalho.
Além disso, dependendo do tipo de lesão, o cirurgião pode optar por suturar o menisco (dar ponto) em vez de retirar o fragmento lesionado, preservando a estrutura e evitando problemas futuros.
O papel da reabilitação no resultado
Um ponto que muitas vezes é negligenciado é o pós-operatório. A cirurgia sozinha não garante a recuperação completa — ela precisa ser acompanhada de um programa de reabilitação bem conduzido.
A fisioterapia atua em várias fases:
- Controle da dor e do inchaço logo após a cirurgia;
- Recuperação da amplitude de movimento do joelho;
- Fortalecimento muscular para dar estabilidade;
- Retorno gradual às atividades esportivas ou profissionais.
Pacientes que seguem corretamente o plano de reabilitação tendem a ter resultados mais duradouros e menor risco de novas lesões.
Cirurgia não é tabu: é solução
Ainda existe a ideia de que “cirurgia deve ser sempre a última opção”. No caso das lesões meniscais, essa visão pode atrasar o tratamento e prolongar o sofrimento do paciente.
Quando bem indicada, a artroscopia não é um “último recurso”, mas sim a melhor estratégia para recuperar qualidade de vida. O importante é ter um diagnóstico preciso e contar com acompanhamento médico especializado.
Conclusão
As lesões de menisco são comuns, mas cada caso é único. Enquanto algumas se resolvem com fisioterapia e cuidados conservadores, outras exigem cirurgia para que o paciente volte a ter uma vida ativa, sem dor e com liberdade de movimentos.
O mais importante é não conviver com sintomas por tempo indeterminado. Dor persistente, bloqueio articular e falha do tratamento conservador são sinais claros de que a cirurgia pode ser o caminho certo.
Com os avanços da artroscopia e o suporte da reabilitação, operar o menisco deixou de ser um tabu e se tornou uma solução segura, eficaz e cada vez mais acessível para quem busca voltar a viver com qualidade.
E se você está pensando em operar o menisco, entre em contato comigo, Dr. Leandro Calil. Terei um imenso prazer em avaliar o seu caso e propor o melhor tratamento possível.