PLASMA RICO EM PLAQUETA (PRP)
O que é e qual sua função.

Também conhecido como plasma autógeno de plaquetas, plasma enriquecido com plaquetas ou, até mesmo, concentrado de plaquetas, tem sido usado em várias especialidades médicas, com o objetivo de acelerar o processo de reparação tecidual musculo tendíneo, cartilagem e a regeneração óssea.

O plasma rico em plaquetas é um concentrado de plaquetas obtido do próprio sangue do paciente. O plasma obtido através da centrifugação do sangue, originam-se na medula pela hematopoiese e dão origem a diversas células como os glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas.

As plaquetas são importantes, pois representam o componente mais importante no processo de reparação tecidual, apresentando propriedades anti-inflamatórias e regenerativas.

A centrifugação tem o objetivo de obter um plasma com a maior concentração de plaquetas quando comparada com a contagem basal do sangue periférico, permitindo a separação de plasma com elevado número de plaquetas, rico em fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF), fator de crescimento de transformação (TGF-a), TGF-b, entre outros.

A regeneração tecidual é um processo que envolve várias etapas e biológicos. Após a infiltração do PRP as plaquetas irão se aderir ao colágeno formando um tampão e ativando os fatores de crescimento, que junto aos macrófagos, osteoblastos, fibroblastos e células mesenquimais indiferenciadas, irão atuar conjuntamente no processo de reparação tecidual.

 

USO DO PRP NA ORTOPEDIA

Como visto, o PRP possui uma excelente função de regeneração tecidual, sendo utilizado em diversas áreas da medicina e odontologia.

A infiltração do PRP vem sendo largamente utilizado nos EUA, Europa e Ásia, com diversos trabalhos clínicos e guidelines comprovando sua segurança e eficácia.

No Brasil ainda é uma terapia em desenvolvimento, sendo aprovado em vários casos pela ANVISA e aguardando liberação de outros procedimentos.

Atualmente utilizamos o PRP após cirurgias reparativas e videocirurgias do joelho e quadril, tratamento de fratura e pseudoartrose, lesões músculo tendíneas e nos casos de artrose.

O procedimento se inicia desta forma:

 

  1. Retirada de cerca de 400 a 500 ml de sangue do paciente, antes do início da cirurgia (se for usado em procedimento cirúrgico), pois o procedimento causa a ativação dos fatores de coagulação o que pode interferir na obtenção do PRP;
  2. Adição de citrato ou outro componente anticoagulante;

 

  1. Centrifugação, em centrífuga específica, para a separação dos componentes. Nesta primeira fase obteremos o fracionamento do plasma: glóbulos brancos e vermelhos, e plaquetas;

 

  1. É retirado o plasma inicial, que é pobre em plaqueta;

 

  1. Realizado nova centrifugação do plasma, para obtenção do plasma rico em plaqueta, que corresponde a cerca de 20% do volume, os outros 80% são considerados pobres em plaquetas.

UTILIZAÇÃO

Após o processo de obtenção do PRP, injetamos no local desejado como uma infiltração comum.

Não é necessário nenhum protocolo adicional após o procedimento, e o paciente segue com a reabilitação normal para cada procedimento.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS

Plasma rico em plaquetas: uma revisão sobre seu uso terapêutico. Revista Brasileira de Analises Clinicas. ISSN (online): 2448-3877

Efficacy of Autologous Platelet-Rich Plasma Use for Orthopaedic Indications: A Meta-Analysis. J Bone Joint Surg Am. 2012;94:298-307.

The use of platelet-rich plasma in arthroscopy and sports medicine: optimizing the healing en- vironment. Arthroscopy. 2010;26:269-78.

Platelet-rich plasma in orthopedics. Musculoskeletal tissue regeneration: biological materials and methods. New York, NY: Springer-Verlag; 2008. p 547-68.