A artrose no joelho, também conhecida como osteoartrite, é uma das causas mais comuns de dor crônica e limitação funcional em adultos e idosos.
Segundo a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), estima-se que mais de 10 milhões de brasileiros convivam com algum grau de artrose.
Mas afinal, artrose no joelho tem cura? Essa é uma das perguntas mais feitas no consultório médico – e a resposta exige mais do que um simples “sim” ou “não”.
Neste artigo, vou explicar o que realmente está por trás da artrose, por que ela afeta tantas pessoas, quais são os tratamentos mais eficazes e, principalmente, o que é possível fazer hoje para preservar a função do joelho e a qualidade de vida a longo prazo.
O que é artrose no joelho?
A artrose no joelho é uma doença degenerativa das articulações que afeta a cartilagem – o tecido que reveste as extremidades dos ossos e permite o movimento suave entre eles.
Com o tempo, essa cartilagem vai se desgastando, levando ao atrito entre os ossos, dor, inflamação e perda de mobilidade.
Embora possa surgir em pessoas jovens, geralmente por traumas ou predisposição genética, a artrose é mais comum em indivíduos com mais de 50 anos, sendo agravada por fatores como sobrepeso, histórico de lesões esportivas e deformidades nos membros inferiores.
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Artrose no joelho tem cura?
Não existe cura definitiva para a artrose no joelho, no sentido de restaurar completamente a cartilagem desgastada de forma natural.
O processo degenerativo não é reversível por medicamentos ou terapias convencionais. Porém, isso não significa que a pessoa está condenada à dor e à imobilidade.
A boa notícia é que a medicina avançou muito nos últimos anos, e hoje existem múltiplas estratégias para controlar os sintomas, retardar a progressão da doença e devolver a funcionalidade ao joelho.
Em muitos casos, o paciente pode retomar suas atividades com qualidade de vida e autonomia.
Entendendo a diferença entre “cura” e “controle clínico”
Ao ouvir que “não tem cura”, é comum que o paciente interprete como “não tem o que fazer”. Mas esse é um mito perigoso.
A ortopedia moderna trabalha com o conceito de controle clínico e funcional da artrose – ou seja, reduzir a dor, melhorar a mobilidade e prevenir o agravamento.
Com o tratamento adequado, é possível:
- Controlar a dor sem depender de anti-inflamatórios contínuos;
- Melhorar a força muscular e a estabilidade do joelho;
- Reduzir episódios de inflamação;
- Evitar ou postergar cirurgias mais invasivas, como a prótese total de joelho.
O tratamento ideal depende do estágio da artrose
A artrose é uma condição progressiva e, por isso, o plano de tratamento varia de acordo com o grau de comprometimento da articulação, avaliado clinicamente e por exames de imagem.
Estágios iniciais:
Nos estágios iniciais, o tratamento é geralmente conservador:
- Fisioterapia personalizada;
- Fortalecimento muscular (em especial de quadríceps e glúteos);
- Perda de peso, quando necessário;
- Correção de desalinhamentos com palmilhas ou órteses;
- Suplementação com colágeno tipo II, condroitina ou glicosamina (caso a indicação seja adequada);
- Medicamentos pontuais para controle da dor.
Estágios moderados:
Nessa fase, algumas abordagens intervencionistas podem ser introduzidas, como:
- Viscossuplementação com ácido hialurônico – um tipo de “lubrificação” intra-articular que reduz o atrito e alivia a dor;
- Aplicações de PRP (plasma rico em plaquetas), com potencial regenerativo em casos selecionados;
- Infiltrações anti-inflamatórias em casos de dor intensa ou surtos inflamatórios.
Estágios avançados:
Quando há desgaste severo da cartilagem, deformidade do joelho e limitação funcional grave, pode ser necessário considerar:
- Cirurgias de realinhamento (osteotomias);
- Prótese total de joelho, que substitui a articulação por uma estrutura metálica e plástica com excelente taxa de sucesso em pacientes bem selecionados.
A importância da abordagem multidisciplinar
Tratar a artrose não é apenas aplicar uma injeção ou prescrever um remédio. Um tratamento eficaz exige uma visão global do paciente, incluindo fatores metabólicos, posturais, nutricionais e até emocionais.
Pacientes que se engajam no processo de reabilitação, que entendem seu papel ativo no controle da doença e que seguem o plano de tratamento com disciplina costumam apresentar resultados significativamente superiores.
Prevenção ainda é o melhor caminho
Embora a artrose muitas vezes seja associada à idade, envelhecer não significa obrigatoriamente desenvolver a doença. Há muito o que pode ser feito para prevenir ou retardar o desgaste articular:
- Evite o sobrepeso: o joelho é uma articulação de carga e sofre até 4x o peso corporal a cada passo;
- Pratique atividade física regularmente, com orientação profissional;
- Fortaleça a musculatura da perna e do core;
- Trate lesões articulares ou ligamentares o quanto antes, para evitar descompensações;
- Invista em calçados adequados e boa postura no dia a dia.
A esperança está na medicina personalizada
Nos últimos anos, temos testemunhado uma verdadeira revolução na ortopedia, com o avanço de terapias personalizadas, tratamentos regenerativos e tecnologia assistida para cirurgias mais precisas e com recuperação acelerada.
Portanto, embora a frase “artrose no joelho tem cura” ainda não seja verdadeira em termos biológicos, a medicina moderna já oferece caminhos reais para restaurar a qualidade de vida, mesmo em casos avançados.
Conclusão
Como podemos ver, a artrose no joelho ainda não tem cura definitiva, mas isso não significa que não há o que fazer. Com o tratamento adequado, é possível controlar a dor, preservar a função da articulação e manter uma boa qualidade de vida.
Quanto antes o diagnóstico for feito, maiores são as chances de evitar complicações. Por isso, ao sinal dos primeiros sintomas, procure um ortopedista.
Cuidar do joelho hoje é garantir movimento e autonomia no futuro. Inclusive, eu, Dr. Leandro Calil, me coloco à sua disposição. Entre em contato e agende a sua consulta!