A dor crônica no joelho é uma queixa frequente em consultórios ortopédicos e pode comprometer significativamente a qualidade de vida do paciente.
Caracterizada por dor persistente que dura mais de três meses, essa condição pode ter múltiplas causas — como desgaste da cartilagem, lesões antigas, inflamações articulares ou doenças como a osteoartrite.
Embora em alguns casos o tratamento cirúrgico seja necessário, muitos pacientes podem encontrar alívio por meio de terapias não invasivas.
Neste artigo, vou explorar os principais tratamentos não cirúrgicos disponíveis atualmente, com foco na eficácia, segurança e melhoria da função articular. Boa leitura!
Entendendo a dor crônica no joelho
Antes de falarmos sobre os tratamentos, é importante compreender o que está por trás da dor crônica no joelho. As causas mais comuns incluem:
- Osteoartrite: degeneração progressiva da cartilagem articular;
- Lesões de ligamentos ou meniscos: mesmo antigas, podem gerar instabilidade e dor persistente;
- Tendinites e bursites: inflamações nos tecidos ao redor do joelho;
- Síndrome patelofemoral: comum em jovens, especialmente mulheres, causada por desalinhamento da patela;
- Fatores biomecânicos: sobrepeso, sedentarismo ou esforço repetitivo.
A avaliação clínica e os exames de imagem são essenciais para um diagnóstico preciso e, a partir dele, a definição da melhor abordagem terapêutica.
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1. Fisioterapia: base do tratamento conservador
A fisioterapia é considerada a primeira linha de tratamento para dor crônica no joelho, principalmente em casos de osteoartrite ou lesões ligamentares leves. Ela atua em diferentes frentes:
- Fortalecimento muscular: especialmente do quadríceps, isquiotibiais e músculos estabilizadores do quadril;
- Alongamento: melhora da flexibilidade dos tecidos ao redor da articulação;
- Correção postural e reeducação da marcha;
- Terapias manuais e técnicas de liberação miofascial.
Além disso, recursos como ultrassom terapêutico, laser e eletroestimulação podem ser incorporados para auxiliar na redução da dor e da inflamação.
2. Medicações orais e tópicas
O uso de medicamentos também é parte do tratamento conservador. Os mais utilizados incluem:
- Analgésicos simples, como paracetamol, para alívio da dor leve a moderada;
- Anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), como ibuprofeno ou diclofenaco, úteis em fases agudas;
- Relaxantes musculares, quando há tensão associada;
- Cremes tópicos, que oferecem ação local com menos efeitos colaterais sistêmicos.
Vale destacar que o uso prolongado de AINEs deve ser acompanhado por um médico, especialmente em pacientes com problemas gástricos ou hipertensão.
3. Suplementação com colágeno e condroitina
Embora ainda haja debates na literatura científica, alguns estudos sugerem que a suplementação com colágeno tipo II, glucosamina e condroitina pode ajudar na manutenção da cartilagem e redução da dor em pacientes com osteoartrite leve a moderada.
É importante entender que esses suplementos não promovem regeneração, mas podem ajudar a retardar a progressão da doença em alguns casos, principalmente quando associados à fisioterapia e à perda de peso.
4. Infiltrações articulares
As infiltrações são uma opção não cirúrgica bastante eficaz para alívio da dor crônica, especialmente em fases mais avançadas da artrose. As principais opções incluem:
Infiltração com corticoide
É indicada para controle de dor intensa com inflamação. A ação é rápida, mas seu uso deve ser pontual e bem indicado, pois infiltrações frequentes podem afetar a cartilagem a longo prazo.
Viscossuplementação com ácido hialurônico
Trata-se da aplicação intra-articular de um gel à base de ácido hialurônico, que melhora a lubrificação da articulação, reduz o atrito e a inflamação.
É um tratamento seguro, com resultados que podem durar até seis meses, especialmente útil em casos de artrose leve a moderada.
5. Terapias por ondas de choque
A terapia por ondas de choque é um recurso cada vez mais utilizado no manejo da dor musculoesquelética. No caso do joelho, ela pode ser indicada para tendinites crônicas e dor residual pós-lesão.
As ondas de choque promovem microtraumas controlados que estimulam a regeneração tecidual, além de melhorarem a vascularização e modularem a dor. O tratamento é feito em consultório, de forma progressiva, geralmente em sessões semanais.
6. Exercício físico supervisionado
A prática regular de exercícios físicos, com supervisão profissional, é um dos pilares da prevenção e do controle da dor no joelho. Atividades como pilates, hidroginástica e caminhada de baixo impacto podem trazer benefícios significativos, como:
- Fortalecimento muscular;
- Melhora da função articular;
- Controle do peso corporal;
- Aumento da liberação de endorfinas (analgésicos naturais do corpo).
O importante é respeitar os limites individuais e adaptar os exercícios à condição clínica do paciente.
7. Controle do peso e alimentação anti-inflamatória
O excesso de peso é um fator que sobrecarrega diretamente a articulação do joelho, contribuindo para o desgaste da cartilagem e piora da dor.
Por isso, o controle do peso corporal é fundamental, assim como a adoção de uma alimentação com propriedades anti-inflamatórias, rica em:
- Frutas vermelhas, vegetais escuros e alimentos ricos em ômega-3 (como peixes e sementes);
- Redução do consumo de açúcares, ultraprocessados e gorduras trans.
A orientação de um nutricionista pode ser um ótimo complemento ao tratamento ortopédico.
Quando considerar outros tipos de tratamento?
Os métodos não invasivos geralmente são indicados nas fases iniciais e intermediárias da dor crônica no joelho.
No entanto, quando há falha dessas abordagens e o desgaste articular é avançado, pode ser necessário recorrer a procedimentos como artroscopia ou prótese total do joelho.
Nesses casos, a decisão é sempre tomada com base na avaliação clínica, exames de imagem e impacto da dor na rotina do paciente.
Conclusão
Como podemos ver, a dor crônica no joelho não precisa ser sinônimo de limitação. Com um plano de tratamento personalizado e abordagem multidisciplinar, é possível alcançar alívio, retomar a mobilidade e viver com mais qualidade.
Tratamentos não invasivos oferecem segurança, conforto e bons resultados — principalmente quando iniciados precocemente.
Portanto, se você sofre com dor crônica no joelho, não espere a situação piorar. Agende uma consulta comigo, Dr. Leandro Calil, e descubra qual é o melhor caminho para recuperar sua saúde articular.