A osteoartrite do quadril, também conhecida como coxartrose, é uma doença degenerativa que afeta a cartilagem das articulações, provocando dor e limitação de movimentos.
No Brasil, estima-se que cerca de 10 milhões de pessoas convivam com essa condição, de acordo com o Ministério da Saúde.
Essa prevalência é particularmente alta entre indivíduos com mais de 60 anos, sendo mais comum em mulheres, e frequentemente associada a fatores como obesidade, sedentarismo e histórico familiar.
Com o envelhecimento da população, a osteoartrite do quadril se torna um problema de saúde pública cada vez mais relevante, exigindo atenção especial para o diagnóstico precoce e os tratamentos adequados.
Neste artigo vou explicar o que é essa condição, suas causas, sintomas e mostrar como é feito o diagnóstico e os principais tipos de tratamentos. Boa leitura!
O que é a osteoartrite do quadril?
A osteoartrite do quadril é uma doença degenerativa crônica que afeta a articulação do quadril, causando desgaste da cartilagem que recobre as extremidades dos ossos.
Essa condição ocorre quando a cartilagem, que normalmente permite o movimento suave das articulações, se desgasta ao longo do tempo, levando ao atrito direto entre os ossos.
Esse processo resulta em dor, rigidez e diminuição da mobilidade da articulação, impactando significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
Vale destacar que a doença é progressiva, o que significa que os sintomas tendem a piorar com o tempo, podendo até limitar atividades simples, como caminhar, subir escadas, ou até mesmo vestir-se.
Embora seja mais comum em idosos, ela pode afetar adultos mais jovens, especialmente aqueles com histórico de lesões no quadril, obesidade ou predisposição genética.
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Quais são as causas?
As causas envolvem tanto fatores intrínsecos quanto extrínsecos. Entre as principais delas estão o envelhecimento, que leva ao desgaste natural da cartilagem articular, e o histórico de lesões ou traumas no quadril, que podem acelerar esse desgaste.
A predisposição genética também desempenha um papel significativo, assim como condições como a obesidade, que aumenta a carga sobre a articulação, e doenças metabólicas, como o diabetes.
Além disso, fatores hormonais, como a redução de estrogênio em mulheres pós-menopausa, podem contribuir para o desenvolvimento da doença.
Outros fatores de risco incluem sobrecarga articular devido a atividades físicas intensas e deformidades congênitas do quadril.
Quais os principais sintomas?
Os sintomas incluem dor persistente na região anterior do quadril, muitas vezes irradiando para a virilha, nádegas e coxa. Essa dor geralmente começa de forma leve e aumenta gradualmente com o tempo, especialmente após períodos de atividade física.
Além da dor, os pacientes experimentam rigidez matinal que pode limitar a mobilidade da articulação. Em estágios mais avançados, a dor pode ocorrer até mesmo em repouso e durante a noite, prejudicando o sono.
Outros sintomas comuns incluem dificuldade para caminhar, subir escadas, e uma sensação de “travamento” ou instabilidade na articulação, tornando tarefas simples do dia a dia mais difíceis.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico começa com uma avaliação clínica detalhada, onde o médico coleta o histórico do paciente e realiza um exame físico para identificar os sintomas característicos, como dor, limitação de movimento e rigidez articular.
Durante o exame físico, o médico pode realizar manobras específicas para avaliar a amplitude de movimento do quadril e determinar a localização exata da dor.
A avaliação também pode incluir perguntas sobre o impacto dos sintomas na qualidade de vida do paciente, como dificuldades para realizar atividades diárias ou dor em repouso.
Exames para confirmar o diagnóstico
A radiografia simples é o método mais utilizado, pois permite visualizar o estreitamento do espaço articular, a presença de osteófitos (esporões ósseos) e outras alterações ósseas associadas à osteoartrite.
Em casos iniciais ou quando há dúvidas no diagnóstico, a ressonância magnética pode ser solicitada, pois oferece uma visão mais detalhada das estruturas moles, como a cartilagem, e pode identificar alterações precoces que ainda não são visíveis na radiografia.
Em alguns casos, exames de sangue podem ser realizados para descartar outras condições, como artrite reumatoide, que pode apresentar sintomas semelhantes.
Quais são os tratamentos para a osteoartrite do quadril?
O tratamento visa aliviar a dor, melhorar a função da articulação e retardar a progressão da doença. As abordagens podem variar dependendo da gravidade dos sintomas e do impacto na qualidade de vida do paciente.
Em estágios iniciais, as intervenções não cirúrgicas são frequentemente recomendadas, o que pode incluir:
- Mudanças no estilo de vida, como perda de peso para reduzir a carga sobre o quadril;
- Prática regular de exercícios físicos supervisionados para fortalecer os músculos ao redor da articulação.
Medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos também são utilizados para controlar a dor e a inflamação. Em alguns casos, injeções de corticoides ou ácido hialurônico podem ser administradas diretamente na articulação para alívio temporário dos sintomas.
Cirurgia para osteoartrite do quadril
Quando as terapias conservadoras não proporcionam alívio adequado e a qualidade de vida do paciente é significativamente comprometida, a cirurgia pode ser considerada.
A artroplastia total do quadril, que envolve a substituição da articulação do quadril por uma prótese, é o procedimento cirúrgico mais comum e eficaz para casos avançados de osteoartrite.
Esta cirurgia alivia a dor e restaura a função da articulação, permitindo que os pacientes retomem suas atividades diárias.
Outras opções incluem a osteotomia, que reposiciona os ossos para aliviar o estresse sobre a articulação, e a artroscopia, que remove fragmentos soltos de cartilagem ou trata lesões menores na articulação.
A escolha do tratamento cirúrgico depende da idade do paciente, nível de atividade e grau de desgaste da articulação.
Considerações finais
Como podemos ver, a osteoartrite do quadril é uma condição degenerativa que afeta milhões de brasileiros, especialmente os idosos, e pode ter um impacto significativo na qualidade de vida das pessoas.
O diagnóstico precoce, através de uma combinação de avaliação clínica e exames de imagem, é crucial para o manejo eficaz da doença.
O tratamento varia desde medidas conservadoras, como mudanças no estilo de vida e medicamentos, até intervenções cirúrgicas para casos mais avançados.
Com a abordagem correta, é possível controlar os sintomas, melhorar a função articular e permitir que os pacientes mantenham uma vida ativa e confortável.
E se você quiser saber mais sobre o diagnóstico e tratamento para a osteoartrite do quadril, entre em contato comigo, Dr. Leandro Calil. Terei um imenso prazer em avaliar o seu caso e propor o melhor tratamento possível!