Síndrome do Impacto Femoroacetabular: o que é, causas, sintomas e tratamentos

Síndrome do Impacto Femoroacetabular

A Síndrome do Impacto Femoroacetabular (IFA) é uma das principais causas de dor no quadril, particularmente em adultos jovens e ativos.

Essa condição ocorre quando há um contato anormal entre o colo do fêmur e o acetábulo, levando a lesões na cartilagem e no labrum, o que pode resultar em dor e perda de mobilidade.

Estima-se que a incidência da síndrome seja de aproximadamente 54,4 casos por 100 mil pessoas por ano, com uma prevalência maior em atletas jovens.

Pesquisas recentes apontam que, embora a síndrome seja mais comumente observada em homens jovens, ela também pode afetar mulheres, especialmente aquelas envolvidas em atividades esportivas de alto impacto.

Neste artigo vou mostrar o que é a Síndrome do Impacto Femoroacetabular, quais são suas causas, sintomas e os principais tipos de tratamento. Boa leitura!

O que é a Síndrome do Impacto Femoroacetabular?

Essa é uma condição na qual ocorre um contato anormal entre o fêmur e o acetábulo durante o movimento do quadril, levando a um desgaste progressivo das estruturas articulares.

Existem três tipos principais de impacto femoroacetabular, sendo eles:

  • CAME: ocorre quando a proeminência óssea está no fêmur, entre o colo e a cabeça femorais e é mais comum em jovens;
  • Pincer: se dá quando a proeminência se localiza na borda do acetábulo, e é mais comum em mulheres de meia idade;
  • Misto: quando existe proeminência óssea tanto no fêmur quanto no acetábulo, sendo esse o tipo mais comum.

Em muitos casos, os pacientes apresentam uma combinação de ambos os tipos. Essa síndrome geralmente acomete adultos jovens e ativos, sendo frequentemente diagnosticada em atletas que praticam esportes de alta intensidade, como futebol e artes marciais​.

Quais são suas causas?

Essa síndrome é causada principalmente por deformidades ósseas no fêmur ou no acetábulo, que levam a um contato anormal entre essas estruturas durante o movimento do quadril.

No tipo “CAME”, uma das causas mais comuns é a formação de um crescimento ósseo excessivo na junção entre a cabeça e o colo do fêmur, resultando em uma protuberância que dificulta o movimento suave dentro do acetábulo.

Já no tipo “Pincer”, a causa principal é o excesso de cobertura óssea do acetábulo, que limita o movimento adequado e gera impacto frequente.

Essas deformidades podem ser congênitas ou adquiridas ao longo do tempo, especialmente em indivíduos que realizam atividades físicas de alta intensidade ou repetitivas.

Esportes que envolvem movimentos extremos do quadril, como futebol, dança, e artes marciais, são fatores de risco conhecidos.

Além disso, a falta de diagnóstico e tratamento adequados pode agravar a condição, contribuindo para o desenvolvimento de lesões articulares, como rupturas do labrum e desgaste da cartilagem, que pioram o quadro clínico.

Quais são os principais sintomas?

Os sintomas incluem dor persistente no quadril, especialmente durante atividades que envolvem flexão ou rotação, como agachamentos, corrida ou levantar-se de uma cadeira.

A dor é frequentemente localizada na virilha, mas pode irradiar para a parte lateral do quadril ou até mesmo para o joelho.

Além da dor, muitos pacientes relatam sensação de rigidez no quadril, dificuldade para realizar movimentos amplos e estalos ou bloqueios durante o movimento​.

Outro sintoma comum é a limitação funcional progressiva. Atividades cotidianas, como caminhar ou subir escadas, podem se tornar desconfortáveis ou difíceis, e, em casos avançados, a dor pode ocorrer mesmo em repouso.

Esses sinais e sintomas tendem a piorar com o tempo, especialmente se a condição não for tratada adequadamente, podendo evoluir para danos mais graves nas estruturas articulares, como rupturas no labrum e degeneração da cartilagem.

Como é feito o diagnóstico?

Inicialmente, o médico realiza um exame físico focado na mobilidade do quadril, com testes específicos que reproduzem os sintomas ao posicionar a articulação em determinados ângulos.

A dor localizada na virilha durante manobras de flexão, adução e rotação interna do quadril é um indicador comum da condição. Além do exame físico, exames de imagem são essenciais para confirmar o diagnóstico.

Radiografias simples podem identificar as deformidades ósseas típicas da SIF, como o formato alterado da cabeça femoral (no tipo CAME) ou a cobertura excessiva do acetábulo (no tipo pincer). 

A ressonância magnética é utilizada para avaliar com maior precisão os danos na cartilagem e no labrum, enquanto a tomografia computadorizada pode ser recomendada para planejar o tratamento cirúrgico, fornecendo uma visão tridimensional da articulação. 

Quais são os tipos de tratamento?

O tratamento pode ser dividido em opções conservadoras e cirúrgicas, dependendo da gravidade dos sintomas e da extensão dos danos articulares.

Tratamento conservador

O tratamento inicial geralmente é conservador, com foco na redução da dor e na melhora da mobilidade, o que inclui fisioterapia direcionada ao fortalecimento muscular e ao alongamento para melhorar a função do quadril e reduzir o impacto.

Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) também podem ser prescritos para aliviar a dor e a inflamação. Além disso, a modificação das atividades, evitando movimentos que exacerbam os sintomas, é uma recomendação comum.

Em casos específicos, injeções de corticosteroides podem ser indicadas para aliviar temporariamente a dor​.

Tratamento cirúrgico

Quando os tratamentos conservadores não são eficazes e os sintomas persistem, a cirurgia pode ser necessária.

A artroscopia do quadril é o procedimento mais comum, permitindo ao cirurgião corrigir as deformidades ósseas (remoção da proeminência no fêmur ou ajuste do acetábulo) e tratar lesões no labrum e na cartilagem.

Essa abordagem minimamente invasiva tem mostrado bons resultados na melhora da dor e da função em longo prazo.

Em casos mais graves ou quando há desgaste significativo da articulação, uma cirurgia aberta ou até mesmo uma substituição total do quadril pode ser considerada​.

Considerações finais

Como podemos ver, a Síndrome do Impacto Femoroacetabular é uma condição complexa que, se não tratada adequadamente, pode levar a danos permanentes na articulação do quadril e afetar significativamente a qualidade de vida do paciente.

A identificação precoce e o tratamento direcionado, seja conservador ou cirúrgico, são essenciais para prevenir complicações a longo prazo, como a osteoartrite.

Com o avanço das técnicas diagnósticas e terapêuticas, as perspectivas para pacientes com IFA são promissoras, especialmente quando o tratamento é personalizado e adaptado à gravidade da condição e às necessidades individuais​.

E se você quiser saber mais sobre a Síndrome do Impacto Femoroacetabular, entre em contato comigo, Dr. Leandro Calil. Terei um imenso prazer em avaliar o seu caso de forma personalizada.

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