O joelho é uma das articulações mais importantes do corpo humano e também uma das mais propensas a lesões. Seja por prática esportiva, acidentes ou desgaste natural, as lesões no joelho podem afetar seriamente a mobilidade e a qualidade de vida.
Para casos mais graves, as cirurgias são opções eficazes para restaurar a função e aliviar a dor. Neste artigo, vou explorar os principais tipos de cirurgias realizadas para tratar lesões no joelho e quando elas são indicadas. Boa leitura!
Quando a cirurgia é necessária?
Nem toda lesão no joelho exige intervenção cirúrgica. Na maioria dos casos, o tratamento conservador, como fisioterapia, medicação e repouso, pode resolver o problema.
No entanto, em situações de lesões graves, como rupturas de meniscos e ligamentos, lesões na cartilagem ou artrose avançada, a cirurgia pode ser a melhor solução para recuperar a função articular.
Os principais sinais de que a cirurgia pode ser necessária incluem:
- Dor intensa e persistente, mesmo com tratamento conservador;
- Instabilidade ou incapacidade de sustentar peso sobre a perna afetada;
- Bloqueio articular (dificuldade de dobrar ou estender o joelho);
- Danos extensos detectados em exames de imagem, como ressonância magnética.
Abaixo vou falar sobre quais são os principais tipos de tratamento, como é realizada a cirurgia e o processo de recuperação.
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1. Reconstrução do Ligamento Cruzado Anterior (LCA)
A ruptura do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) é uma das lesões mais comuns, especialmente entre atletas. Essa lesão ocorre frequentemente em esportes de alto impacto que envolvem mudanças bruscas de direção, como futebol, basquete e tênis.
A reconstrução do LCA geralmente é feita por artroscopia, uma técnica minimamente invasiva que utiliza pequenas incisões e uma câmera para visualizar a articulação.
Durante o procedimento, o cirurgião substitui o ligamento rompido por um enxerto, que pode ser retirado do próprio paciente (tendão patelar ou isquiotibial) ou de um doador.
A recuperação pode levar de 6 a 12 meses e inclui fisioterapia intensiva para restaurar a força e a mobilidade.
2. Reparação do Menisco
Os meniscos são estruturas cartilaginosas que amortecem o impacto entre o fêmur e a tíbia. Lesões no menisco, como rupturas, são comuns em torções bruscas ou movimentos repetitivos.
Dependendo do tipo e da gravidade da lesão, a cirurgia pode envolver:
- Sutura do menisco: para reparar e preservar a estrutura;
- Meniscectomia parcial: para remover apenas a parte lesionada do menisco;
- Transplante de menisco: indicado em casos de perda total do menisco (acontecem raramente no Brasil devido a dificuldade de obtenção de doadores).
A artroscopia também é o método preferido para essas intervenções. E a recuperação varia de acordo com o procedimento realizado.
Uma sutura pode exigir maior período de imobilização, enquanto a meniscectomia geralmente permite uma recuperação mais rápida.
3. Osteotomia do Joelho
Essa cirurgia é indicada principalmente para pacientes jovens com artrose localizada em um dos lados do joelho. O objetivo é alinhar o peso corporal para a parte saudável da articulação, reduzindo a dor e atrasando a necessidade de uma prótese total.
O procedimento envolve cortar e reposicionar os ossos do joelho para redistribuir a carga, o que pode ser feito no fêmur ou na tíbia, dependendo da localização do problema.
A recuperação é mais longa, variando de 3 a 6 meses, e a fisioterapia é essencial para fortalecer os músculos e recuperar a amplitude de movimento.
4. Artroplastia Total ou Parcial do Joelho
Indicada para casos de artrose avançada ou outras condições degenerativas, a artroplastia substitui total ou parcialmente a articulação do joelho por uma prótese.
Os principais tipos incluem:
- Total: toda a articulação é substituída;
- Parcial: apenas uma parte do joelho é substituída, geralmente o compartimento medial ou lateral.
Esse procedimento é realizado por meio de uma incisão maior e exige a remoção das superfícies ósseas danificadas, que são substituídas por componentes metálicos, plásticos ou cerâmicos.
A recuperação varia de 3 a 6 meses, dependendo do tipo de artroplastia. Nesses casos, programas de reabilitação são fundamentais para garantir o sucesso da cirurgia e o retorno às atividades diárias.
5. Microfratura ou Regeneração Cartilaginosa
Lesões na cartilagem podem causar dor e limitar o movimento. A microfratura é uma técnica que estimula o crescimento de uma nova cartilagem para cobrir a área danificada.
O procedimento envolve perfurar pequenos orifícios no osso abaixo da cartilagem lesionada, estimulando o fluxo sanguíneo e a formação de tecido cicatricial que funciona como cartilagem.
A recuperação pode levar de 4 a 6 meses, e atividades de alto impacto devem ser evitadas durante esse período.
6. Tratamento com ‘Ácido Hialurônico, PRP e Outras Técnicas Biológicas
Embora não seja uma cirurgia em si, o uso de terapias biológicas, como Ácido Hialurônico, Plasma Rico em Plaquetas (PRP) e células-tronco, tem se tornado uma alternativa ou complemento para lesões no joelho.
Essas técnicas são aplicadas em casos de lesões cartilaginosas ou para acelerar a recuperação pós-cirúrgica.
Quais fatores influenciam a escolha do tratamento?
A escolha do tipo de cirurgia depende de vários fatores, como:
- Idade do paciente;
- Nível de atividade física;
- Gravidade da lesão;
- Objetivos de curto e longo prazo do paciente.
O ortopedista avaliará cada caso individualmente para determinar a melhor abordagem.
Importância da Reabilitação Pós-Cirúrgica
Independentemente do tipo de cirurgia, a reabilitação é uma etapa crucial para o sucesso do tratamento. O objetivo da fisioterapia é:
- Recuperar a mobilidade;
- Fortalecer os músculos ao redor do joelho;
- Evitar novas lesões.
O acompanhamento com profissionais especializados é essencial para garantir uma recuperação segura e eficaz.
Conclusão
Como podemos ver, as lesões no joelho podem ser desafiadoras, mas as opções de tratamento avançaram significativamente nos últimos anos.
Desde técnicas minimamente invasivas, como a artroscopia, até procedimentos mais complexos, como a artroplastia, existem soluções para cada caso.
Portanto, se você está enfrentando dores ou dificuldades relacionadas ao joelho, consulte um ortopedista especializado para avaliar o melhor caminho para a sua recuperação.
Inclusive, eu, Dr. Leandro Calil, me coloco à disposição para avaliar o seu caso de forma individualizada e propor o melhor tratamento possível. Entre em contato comigo e saiba mais!