Um “caroço” atrás do joelho? Pode ser Cisto de Baker no joelho!

Cisto de Baker

Perceber um inchaço ou um “caroço” atrás do joelho pode assustar, e com razão. Afinal, não é algo comum. Mas, na maioria dos casos, a causa é benigna e pode estar relacionada ao Cisto de Baker no joelho.

Também chamado de cisto poplíteo, essa é uma condição relativamente frequente, principalmente entre pessoas com doenças articulares no joelho, como artrose ou lesões nos meniscos.

Neste artigo, explico o que é, o que causa esse cisto, quando ele deve ser tratado e em que situações a cirurgia entra como opção. Boa leitura!

O que é o Cisto de Baker no joelho?

O Cisto de Baker no joelho é uma bolsa cheia de líquido sinovial que se forma na parte de trás do joelho, entre os tendões da panturrilha e o músculo semimembranoso.

Esse líquido, que normalmente lubrifica e protege a articulação, pode se acumular em excesso por causa de algum problema intra-articular, como inflamações, lesões ou desgaste da cartilagem.

Esse excesso de líquido acaba encontrando um caminho para fora da articulação, acumulando-se e formando essa bolsa visível, como se fosse uma bexiga cheia. Daí a sensação de inchaço ou presença de um caroço.

O resultado é um inchaço visível (ou palpável) na parte posterior do joelho. Em muitos casos, o cisto é assintomático. Em outros, pode causar dor, sensação de peso, rigidez ou limitação para dobrar a perna.

Às vezes, o quadro melhora sozinho. Em outras, exige acompanhamento e tratamento específico.

É importante destacar que o Cisto de Baker não é um tumor e não está relacionado ao câncer. A aparência externa pode até lembrar um nódulo, mas o conteúdo é líquido, e o problema é mecânico e inflamatório, não oncológico.

Principais causas do Cisto de Baker

Esse tipo de cisto geralmente surge como consequência de outras condições no joelho. Ele não aparece “do nada”. Entre as causas mais comuns, destacam-se:

  • Lesões nos meniscos: essas estruturas de cartilagem funcionam como amortecedores. Quando há uma lesão, o corpo responde com inflamação, o que pode gerar excesso de líquido sinovial;
  • Artrose (osteoartrite): o desgaste da cartilagem articular, mais comum com o envelhecimento, é uma das causas mais frequentes do Cisto de Baker;
  • Doenças inflamatórias, como artrite reumatóide ou gota: nesses casos, a inflamação persistente contribui para o acúmulo de líquido no joelho;
  • Traumas ou uso excessivo da articulação: atividades que exigem muito do joelho, especialmente se houver sobrepeso, aumentam o risco.

Em crianças, o Cisto de Baker pode aparecer sem causa aparente e costuma desaparecer espontaneamente com o tempo, sem necessidade de intervenção. Já nos adultos, ele está quase sempre associado a um problema subjacente.

Ou seja, esse não é um problema isolado. Ele geralmente é um reflexo de algo maior acontecendo dentro da articulação. Por isso, o tratamento precisa considerar a causa primária, não apenas o cisto em si.

Quando ele precisa ser tratado?

O Cisto de Baker deve ser tratado quando apresenta sintomas como:

  • Dor ao caminhar, correr ou dobrar o joelho;
  • Rigidez ou sensação de pressão na parte de trás da perna;
  • Aumento do volume do cisto;
  • Sensação de estalo ou bloqueio articular;
  • Inchaço que se estende até a panturrilha.

Além disso, há casos em que o cisto pode se romper. Quando isso acontece, o líquido vaza para a panturrilha, provocando dor intensa, inchaço e vermelhidão, sintomas que podem se confundir com trombose venosa profunda. Por isso, um diagnóstico correto é fundamental.

O primeiro passo do tratamento é sempre investigar e controlar a causa de base. A partir disso, a abordagem pode incluir:

  • Fisioterapia: exercícios específicos ajudam a melhorar a mobilidade, fortalecer a musculatura e aliviar a dor;
  • Medicamentos anti-inflamatórios: podem ser indicados para controle dos sintomas;
  • Infiltrações com corticóide: úteis em alguns casos, principalmente quando há inflamação local importante;
  • Aspiração do cisto com agulha (punção): pouco comum, pois o cisto costuma retornar se a causa não for resolvida.

Em alguns casos, apenas o controle da artrose ou da lesão meniscal já é suficiente para reduzir ou eliminar o Cisto. O mais importante é entender que, sem tratar a doença que causou o cisto, os sintomas provavelmente vão voltar.

Cirurgia é rara, mas pode ser necessária

A cirurgia não é o tratamento de primeira escolha.  Na verdade, ela só entra em cena quando o cisto se torna muito grande, doloroso ou compressivo, ou seja, quando afeta nervos ou vasos sanguíneos e gera sintomas mais sérios, como:

  • Dormência;
  • Formigamento;
  • Inchaço em toda a perna.

Em algumas situações, a cirurgia pode ser indicada quando o cisto rompe de forma recorrente, ou quando o líquido retorna mesmo após tentativas de drenagem e fisioterapia. 

Mas, mesmo nesses casos, é essencial tratar o problema dentro da articulação, e não apenas remover o cisto superficialmente.

O procedimento é feito por via artroscópica para correção da lesão meniscal, por exemplo, ou aberta quando tem que ressecar o cisto, sendo o acesso difícil devido à proximidade do feixe vásculo nervoso.

Ainda assim, é importante reforçar: a cirurgia só é indicada quando os tratamentos clínicos não funcionam ou quando o cisto está interferindo de forma importante na qualidade de vida do paciente.

Como saber se você tem um Cisto de Baker no joelho?

O exame clínico feito por um ortopedista já pode levantar a suspeita, mas o diagnóstico geralmente é confirmado com ultrassonografia ou ressonância magnética, que também ajudam a identificar a causa do problema.

A avaliação por imagem é essencial não apenas para confirmar o diagnóstico, mas também para afastar outras possibilidades, como tumores, varizes ou trombose.

Portanto, é essencial evitar a automedicação ou postergar a avaliação. Pois, mesmo sendo benigno, o Cisto de Baker pode indicar alterações mais sérias na articulação e, quanto antes for identificado, melhores são as chances de tratar com medidas simples e eficazes.

Conclusão

Conforme vimos, o Cisto de Baker no joelho é uma condição comum e, na maioria dos casos, benigna. Ele aparece como consequência de outros problemas no joelho, como artrose, lesões nos meniscos ou inflamações crônicas.

Na maior parte das vezes, o tratamento é clínico, com fisioterapia, medicação e controle da causa primária. E a cirurgia só é indicada em situações específicas, quando o cisto afeta a mobilidade ou causa compressões importantes.

Se esse é o seu caso ou se ainda restam dúvidas, eu, Dr. Leandro Calil, estou à disposição para te ajudar. Agende sua consulta hoje mesmo!

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